Transtorno

Natal será em obras?

Lojistas pedem a suspensão do trabalho de requalificação do Calçadão durante o final do ano para que o período forte nas vendas não seja afetado; prefeitura afirma que comunicou a para à empresa responsável, mas a situação continua incerta

Leandro Lopes -

Embora a prefeitura tenha publicado nota em seu site há quase duas semanas prevendo recesso nas obras de qualificação do Calçadão durante o mês de dezembro, a parada ainda é dada como incerta por lojistas e pela empreiteira. Enquanto os comerciantes dizem ser fundamental uma pausa nas intervenções para não prejudicar as vendas durante o período que antecede o Natal, a empresa afirma que não foi notificada pelo município e que mantém seu cronograma inalterado.

Na tarde desta segunda-feira (20) o cenário na quadra entre as ruas General Neto e Sete de Setembro era de aparente finalização de trabalho. Funcionários da ACR Construtora colocavam as últimas lajotas e o piso tátil em frente às lojas. Perguntados pela reportagem se teriam folga após a conclusão desta etapa do trabalho, as respostas destoaram. Pedreiros afirmaram que sim, já estaria acertado o retorno ao trabalho somente após as festas de final de ano. Já o mestre de obras disse o contrário. "Quem vai querer ficar pagando salário de funcionário parado?", argumentou Jaime Alves.

Entre os responsáveis pela construção, as declarações foram de estranhamento sobre um possível recesso. De acordo com o engenheiro Mauro Guilayn, a finalização do assentamento do piso deve ocorrer hoje e, a partir disso, é aguardada a indicação da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do próximo trecho a ser demolido para receber as melhorias. "Sabemos que há esse pedido, porém a prefeitura não fez qualquer notificação de recesso e continuamos com todo mundo tocando a obra normalmente", disse.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Gilmar Bazanella diz que uma parada é fundamental para que os comerciantes possam ganhar fôlego durante o período anterior às festas. "Os lojistas estão sendo muito prejudicados pela forma como as obras estão sendo feitas. A segunda quadra já deveria estar pronta há 40 dias. Estamos com uma queda de 40% a 50%", reclama. Opinião que reverbera a de quem gerencia empreendimentos. Michele Bubolz, responsável por uma loja de moda feminina na esquina da Andrade Neves com a Sete de Setembro, diz que muitas clientes sumiram devido ao barulho e sujeira à sua porta. "Tivemos uma queda de 70%. Preciso dessa parada para vender." Por outro lado, quem está na primeira quadra, já livre de construções, celebra o ritmo normal de circulação. "Melhorou bastante o fluxo. Não sei se dá para atribuir a isso, mas as vendas melhoraram entre 15% e 20% depois que tiraram os tapumes, concluíram o piso e acabou o pó", analisou João Carlos Ucker, gerente de uma loja de móveis.

Conforme o secretário da Seplag, Paulo Morales, existe uma solicitação dos comerciantes para que seja feito um recesso, o que já foi comunicado à empreiteira. No entanto, a oficialização só ocorrerá após uma reunião entre representantes do município e o diretor da ACR Construtora, prevista para esta semana.

Aditivo em negociação
Além de discutirem a parada no Calçadão até 2018, prefeitura e construtora também devem colocar sobre a mesa propostas de aditivo financeiro à obra. Obrigada a intervenções que não constam na planilha de custos do projeto, a ACR Construtora pede R$ 540 mil somente para cobrir os serviços extras já executados. "Fizemos escavação maior que o previsto, conserto de galerias pluviais e, dentre outras coisas, os trabalhadores arrumaram tubulação de esgoto, o que caracteriza insalubridade e necessidade de pagamento adicional", diz o diretor Raphael Esteves.

Já o aditivo admitido pela prefeitura é inferior: R$ 404 mil, sendo R$ 129 mil referentes a ajustes não previstos já executados e outros R$ 275 mil para custear problemas futuros não previstos nas planilhas e que devem se repetir no restante da obra. "Nossa proposta tem como base a análise da planilha de custos, analisada pela prefeitura. Apresentamos à empresa, mas ainda não recebemos retorno", explica Morales.

Lojistas ouvidos pela reportagem afirmam que até uma eventual rescisão de contrato entre a prefeitura e a construtora estaria sendo debatida de forma não oficial. O que é negado tanto pela Seplag quanto pela ACR. "Seria ruim para qualquer um. Queremos executar a obra, ganhamos a licitação para isso e o certo é a prefeitura pagar", diz Esteves.

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